O sexo vive na cabeça das pessoas, parecendo haver saído da organização genésica onde se sedia.
Naturalmente, o pensamento é força atuante e desencadeadora da função sexual. Reduzir o indivíduo apenas às imposições reais ou estimuladas do sexo em desalinho, conforme vem acontecendo, é transformá-lo em escravo de uma função pervertida pela mente e atormentada pelas fantasias mórbidas.
O ser humano são os seus valores éticos, suas aspirações, seus sonhos, suas
lutas, suas grandezas e também aprendizagens dolorosas. Graças a todos esses
fenômenos do cotidiano, ele cresce e se aprimora, saindo dos limites em que se
encarcera para os incomparáveis voos da amplidão.
Sitiá-lo no gozo sexual e asfixiá-lo nos vapores da libido perturbada, constitui agressão injustificável às suas conquistas emocionais, psíquicas e intelectuais, que lhe dão sabedoria para discernir e para realizar.
Progredindo sempre, o Espírito jamais retrograda no seu processo reencarnatório.
Nada obstante, em razão de conduta irregular pode estacionar, aguardando
reparação dos erros graves cometidos, quando já não mais se deveria permitilos.
Nesse desenvolvimento intelecto-moral, vincula-se àqueles a quem ama ou de quem
se distanciou pelo crime e pela iniquidade, experimentando o apoio dos afetos e
a perseguição dos inimigos, que não o perdoam pelas ofensas de que foram
vítimas.
É nesse campo de lutas que surgem as lamentáveis e dolorosas obsessões de graves
consequências.
O sexo, mal conduzido, em razão do envolvimento emocional e das dilacerações
espirituais que produz em outrem, como naquele que o utiliza mal, abre campo
para terríveis conúbios obsessivos, ao mesmo tempo que,praticado de forma vil atrai Espíritos igualmente atormentados e doentes que se vinculam ao indivíduo, levando-o a processos de parasitose terrível e de difícil libertação.
Desvios sexuais, aberrações nas práticas do sexo, condutas extravagantes e
desarticuladoras das funções estabelecidas pelas Leis da Vida, geram
perturbações de longo curso, que não se recompõem com facilidade, senão ao largo
de dolorosas reencarnações expungitivas e purificadoras.
Tormentos da libido e da função sexual têm suas matrizes nos comportamentos
anteriores que o Espírito se permitiu, quando, em outras reencarnações, abusou
da faculdade procriativa, aplicando-a para o prazer exorbitante, ou explorou
pessoas que se lhe tornaram vítimas, estimulou abortamentos e se permitiu
experiências perversas e anormais, ou derrapou nos excessos com exploração de
outras vidas...
Todas essas condutas arbitrárias fixaram-se nos tecidos sutis do
perispírito, impondo necessidades falsas, que agora os pacientes procuram
atender, ampliando o complexo campo de problemas íntimos.
O respeito e a consideração pelas funções sexuais constituem a melhor terapia
preventiva para a manutenção da saúde moral, assim como o esforço para a
recomposição do caráter, quando alguém já se permitiu corromper, ao lado da
terapêutica especializada, fazem-se imprescindíveis para a conquista da
harmonia.
Ninguém se engane quanto aos compromissos do sexo perante a vida e cuide de não
enganar a outrem.
Cada um responde sempre pelo que inspira e pelo que faz.
O sexo não foi elaborado para o prazer vulgar, senão para as emoções superiores
na construção das vidas, ou para as sensações compensativas quando amparado
pelas dúlcidas vibrações do amor, mantendo a afetividade e a alegria de viver.
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO: SEXO E OBESSÃO