O padê é uma cerimônia do candomblé e de religiões de origem ou influência afro-brasileira, na qual se oferecem a Exu, antes do início das cerimônias públicas ou privadas, alimentos e bebidas votivas, animais sacrificiais etc., na intenção de que não perturbe os trabalhos com seu lado brincalhão e que agencie a boa vontade dos orixás que serão invocados no culto. Também conhecido como despacho (de Exu).
O PADÊ, UMA PRIORIDADE DE EXU
Várias lendas dão Exu como filho de um rei africano, irmão de Ogun, Xangô, Oxosse ou Omolu, conforme a *nação*.
Caçula, Exu era brigão, desordeiro, dissoluto.
Por isso vivia marginalizado ou preso ou banido.
Após sua morte, já haviam se esquecido dele, quanto Exu passou a perturbar as cerimônias realizadas para os orixás.
Ao mesmo tempo, o reino foi assolado por pragas e pestes. As colheitas secaram, o gado morreu, os homens adoeceram.
Consultado um babalaô, as do dendezeiro, jogadas, revelaram que a causa das jogadas era uma vingança do príncipe Exu, que exigia, como compensação, fosse sempre servido em primeiro lugar, antes de todos os orixás.
E assim foi feito.
Exu passou a abrir a semana litúrgica e todas as cerimônias têm início com o padê.
É um rito propiciatório, ao som de cânticos entoados na língua da "nação" a que pertence o candomblé.
Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite-de-dendê e um copo de água ou cachaça, que são "arriados" para Exu, "o homem da rua", do lado de fora do barracão, na direção da porta principal.
Nas festas, o padê é geralmente precedido pela "matança", em que animais são sacrificados aos orixás, a primazia cabendo sempre a Exu.
Em alguns candomblés (e na umbanda) afirma-se que a necessidade de homenagear Exu em primeiro lugar visa a evitar que ele, espírito malévolo, possa perturbar a reunião, se não o agradarem.
Padê para Exú
Ingredientes:
- 01 pcte. de farinha de milho amarela
- 01 vidro de azeite de dendê
- 01 cebola grande
- 01 bife
- 03 charutos
- 01 caixas de fósforo
- 01 garrafa de aguardente
- 07 pimentas vermelhas
Modo de preparo: Em um alguidar coloque a farinha de milho e um pouco de dendê, com as mãos faça uma farofa bem fofa sempre mentalizando seu pedido. Corte a cebola em rodelas e refogue ligeiramente no dendê, faça o mesmo com o bife. Cubra o padê com as rodelas de cebola e no centro coloque o bife, enfeite com as sete pimentas. Ofereça a Exú o padê não esquecendo dos charutos e da aguardente
Oferenda a ExúMaterial: Farinha; Azeite de dendê; Mel de abelhas; Farinha de milho branco; Fígado, coração e bofe de boi; Cebola; Camarão seco socado; Um alguidar.
Modo de fazer: Faça uma farofa com dendê, uma com mel e uma com água, separadamente. Faça o acaçá branco cozinhando a farinha de milho em água, deixe a massa bem consistente, depois coloque em um pedaço de folha de bananeira e enrole. Deixe esfriar. Corte os miúdos de boi em pedaços pequenos e coloque para refogar com dendê, cebola, um pouco de sal, o camarão e rodelas de cebolas. Coloque as farofas no alguidar sem misturar muito, ponha o refogado de miúdos sobre a farofa e coloque o acaçá no centro. Oferece-se para Exú pedindo o que se quer. Coloque numa praça bem movimentada.
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Sou uma rosa, sou um perfume,
sou a mais bela de qualquer jardim,
ouço lamentos, ouço queixumes,
não há mulher que não venha até mim.
Sei seduzir, me deixo seguir,
a palavra dificil para mim não existe,
de preto e vermelho, ou sem me vestir,
homem algum a mim me resiste.
Bebo champanhe, fumo cigarro,
digo mil coisas sem nunca falar,
sei ler na mão, jogo o baralho,
a mim só me engana quem eu deixar.
Se alguém precise e me queira encontrar,
siga o perfume em noite de luar,
diga meu nome sem se enganar,
sou Pombagira, a rua é meu lar.
Autor: Paulo Lourenço
POMBAGIRA SETE SAIAS DO CABARÉ
DONA SETE SAIAS, É MOJUBÁ!