Muitos que chegam para conhecer a Umbanda pela primeira vez estranham, não entendem e até acabam por emitir comentários negativos sobre a nossa Religião devido ao uso de matéria nos trabalhos.
A Umbanda faz uso aberto das energias e da matéria astral, ou seja a parte astralina da matéria. Por parte astralina, ou por matéria astral podemos entender o duplo etéreo de todas as coisas. Ou seja, a cópia da matéria em seus mínimos detalhes no astral, no "mundo espiritual". É uma matéria de menor densidade, mas ainda assim matéria.
Em livros espíritas, e em outros espiritualistas, encontraremos referência sobre os fenômenos de materialização e desmaterialização. Assim segundo estes estudos e relatos os espíritos especializados nestas práticas de materialização buscam nos sítios da natureza energias densas dos vegetais, dos animais e dos minerais para procederem o fenômeno de materialização ou desmaterialização. Livros como "Missionários da Luz" (André Luiz, psicografia de Francisco Xavier), "Nos domínios da mediunidade" (mesmo autor e mesmo médium) poderemos encontrar estas referências.
Na Umbanda esta busca de energias mais densas, ou materializadas, ou como preferimos chamar de matéria astralina acontecem diante dos olhos de todos. As entregas e oferendas, nada mais são do que um fornecimento de energias e matéria para que os espíritos possam manipular e produzir os efeitos desejados e ordenados pelos Orixás.
Alguns podem perguntar:
"mas as entregas não são para os Orixás para as entidades?"
E eu responderei:
NÃO, na minha concepção não!
As entregas são para nós, são para os espíritos que queremos ajudar. Ou seja, quando faço uma entrega para ajudar um parente doente, perdido, etc., a entrega é para este parente e não para a entidade, não é um sistema de troca ou de barganha, ou de pagamento para a entidade nos ajudar. O que fazemos é simplesmente fornecer as energias que nós mesmos precisamos.
-repito:
O que devemos entender é que para alterar a matéria, precisaremos de energias quase materias, precisaremos de energias que são fornecidas pela própria matéria. A começar pela energia dos médiuns, chamada ectoplasma, passando pelas energias da natureza e por fim a energia das entregas e oferendas (e aquelas presentes nos pontos das entidades).
Da mesma forma que somos matéria, que entendemos que os estados psicológicos/mentais de raiva, egoísmo, orgulho, etc., são de baixa vibração e assim quase materiais de tão densos, entenderemos que para alterar a matéria, alterar os estados densos, assim como para ajudar nossos irmãos desencarnados (mas ainda presos aos prazeres sensoriais e materiais) precisaremos de matéria astralina. Passaremos a compreender, assim, verdadeiramente, a razão das entregas e oferendas, ou melhor o uso de matéria pela Umbanda.
Certamente que a Umbanda não utiliza, de forma alguma, entregas com sangue animal, partes de animais e muito menos prega ou faz uso de sacrifícios, as entregas e oferendas da Umbanda vem de elementos de origem vegetal e mineral.
Certamente, também, pregamos a consciência ecológica e assim aconselhamos o uso de materiais biodegradáveis, e fazer as entregas com segurança ambiental.
Ou que sejam feitas em espaços próprios para este fim. Da próxima vez que vir alguém fazendo a entrega, ou que você for fazer a entrega para você ou para alguém querido, lembre-se que aquilo que você está forncendo são as energias e materiais que as entidades usarão, compondo com outras, para atendê-lo, para ajudá-lo. Faça com respeito à natureza, com respeito aos Orixás e com dedicação, pois a magia começa na nossa determinação mental.
Guardião de Ogum
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Sou uma rosa, sou um perfume,
sou a mais bela de qualquer jardim,
ouço lamentos, ouço queixumes,
não há mulher que não venha até mim.
Sei seduzir, me deixo seguir,
a palavra dificil para mim não existe,
de preto e vermelho, ou sem me vestir,
homem algum a mim me resiste.
Bebo champanhe, fumo cigarro,
digo mil coisas sem nunca falar,
sei ler na mão, jogo o baralho,
a mim só me engana quem eu deixar.
Se alguém precise e me queira encontrar,
siga o perfume em noite de luar,
diga meu nome sem se enganar,
sou Pombagira, a rua é meu lar.
Autor: Paulo Lourenço
POMBAGIRA SETE SAIAS DO CABARÉ
DONA SETE SAIAS, É MOJUBÁ!